segunda-feira, maio 15, 2006

Quem sou e como vim a ser - Parte 1

Até hoje não sei exatamente o que me motivou a ler quadrinhos, não sei se foram as cores ou os personagens fáceis de assimilar, como nos desenhos animados de sábado pela manhã, ou simplesmente um acaso do destino.
Meus pais nunca foram grandes intelectuais, mas se esforçavam para dar aos filhos a melhor educação possível e isso na minha opinião é o que conta mais pontos, meu pai lia o seu jornal de sempre, dando mais ênfase aos gols da rodada e quem comprou quem para tal time, ou quem matou quem na favela tal, enquanto minha mãe se encantava com contos de Julia, Claudia enfim aqueles livrinhos de romance com nomes de mulher que apareciam na banca semanalmente, e que até hoje ainda existem, o que mostra que ainda existem mulheres que se interessam por estas histórias com final feliz, príncipe encantado e coisa e tal...
Tudo bem que depois de um certo tempo ela trocou estes livrinhos por um outro de capa preta, onde diz que todos nós somos pecadores, mas que podemos ser salvos se seguirmos as instruções deixadas por um sujeito que se vestia de branco, transformava água em vinho, e andava sobre as águas, mas isso é uma história para outro post.
Quando comecei a ler sofria de uma carência de assunto, explico, gostava de ler mas não encontrava assuntos sobre o qual eu gostasse de ler, os meus preferidos eram livros de história onde eu podia ver guerras sendo travadas, grandes personagens que deixaram sua marca no mundo, mas isto era pouco, eu queria algo mais, mas não sabia o quê, foi quando me deparei com um exemplar de "Os Inventores" era uma série da editora Abril que trazia variadas histórias do estudio do Walt Disney a cada dois ou três meses (não lembro exatamente a peridiocidade...) estava nas bancas um "Os" alguma coisa, quando comecei a ler fiquei extasiado com as histórias os desenhos mais principalmente com a possibilidade de me trasportar para aquele mundo de aventuras.
E o que era melhor, cabia certinho dentro do livro de matemática, fazendo com que minha carreira como quimico, fisico ou contabilista fosse para as cucuias.
Daí o vício ficou cada vez maior, logo pulei para "Turma da Mônica" (Sim, eu lia!!!) trocava as revistas já lidas com um primo de segundo grau que morava em outra rua, mas eu sentia que precisava de coisa mais "pesada" as histórias de Cebolinha e Cia já não me surpreendiam tanto, queria incoscientemente expandir meus horizontes.
Foi então que numa destas "trocas" de revistas, que meu primo sem as ditas para a troca, me ofereceu uma das revistas do seu irmão mais velho. Eu a princípio fiquei meio cabreiro, era uma revista grande fora do formato tradicional (formatinho na época.) e em preto e branco. Seu título era "A "Espada Selvagem de Conan" e logo abaixo no rodapé da capa vinha o subtítulo "Os Espectros do Castelo Rubro" meio acabrunhado levei a revista para casa, minha irmã não gostou muito pois haviam revistas dela no meio da troca, mas enfim.