quarta-feira, julho 19, 2006

Super-Homem - O Retorno do Herói

Depois de muitas especulações estreiou nesta sexta dia 14/07 o filme "Superman - Returns".



Já li muitas críticas e as opiniões parecem divididas. A maioria das críticas negativas acham que o filme é focado demais no relacionamento em Lois Lane (Kate Bosworth) e Super-Homem(Brandon Routh) outros acham que deveria haver um vilão mais "fisico" que pudesse render algumas boas cenas de luta com o Super e muitos outros reclamam da atuação de Brandon Routh e que seu rosto ficou muito digamos "digital" demais.

Bom vou tentar expressar minha opinião sincera.


Superman - Returns é um bom filme. Só foi feito em uma época errada.


Em uma época de X-men 3 - O Confronto Final, Piratas do Caribe - O Baú da Morte o diretor Bryan Singer nos traz a história de um heroi perdido em um mundo que antes dependia dele. A grande pergunta do filme é a seguinte: O mundo de hoje precisa de um Super-Homem? Analisando mais profundamente: As mentes de hoje precisam de um filme do Super-Homem?

Superman - O Retorno não é um filme de ação, é um filme humano, aliás de um Super-Humano com o coração mortal, alguém que pode ouvir todas as vozes do mundo pedindo por ajuda e pode fazer alguma coisa.
Bryan Singer pegou o que havia de mítico nas Hqs do Super e colocou na tela, seu altruísmo, sua inocência fora de época e sua bondade sem limites. Muitos gostariam de ver Kal-El na tela grande espancando Darkseid ou Brainiac (para ser sincero eu também tenho esta curiosidade) mas o diretor acertou em fazer um filme mostrando o lado icônico do herói. Lutas homéricas seriam previsíveis e provavelmente iriam se disvirtuar da mensagem que o diretor (acredito eu.) quis passar com o filme.



É claro que todos perguntam e para que gastar 260 milhões de dólares? É certo de que parte desta quantia foi gasta na pré-produção, quando ainda não havia elenco e diretor fixos. Mas vendo o filme dá para notar onde foi empregado o dinheiro, cenas belissímas como a do Super "recobrando" a energia e salvando o avião, são perfeitas e mostram toda a grandeza do herói. As novas técnicas empregadas por Singer são espetaculares e dão o clima grandioso que o filme precisa.



Não me entendam mal o filme não é perfeito mas é fiel ao personagem como poucos.
Nos tempos de hoje com o público cada vez mais acostumado com os filmes estilo-vídeo-clipe "Superman - O Retorno" talvez pareça datado, piegas ou retrô. Mas arrisco dizer que esta era a intenção do diretor, mostrar as dúvidas do personagem e sua volta para um mundo diferente, mais duro e mais sombrio.
Me faz lembrar uma grande Hq "O Reino do Amanhã" no qual o super desiste da humanidade pois ela preferia o herói que matava ao que não matava, colocando em dúvida as ações do herói em um mundo em que não era aceito pois era "ultrapassado".




A massa (público) de hoje faz parecido, os chamados anti-heróis estão em alta, matam, xingam, traem, mas são bacanas, salvam o dia e ainda traçam a mocinha no final do filme. Não que eu despreze o gênero o Lobo da DC é um dos meus personagens prediletos e ele mata um planeta inteiro. Mas para a garotada o importante é ver o Fanático dando uma surra no Wolverine ou o Homem-Aranha se engalfinhando com o Dr. Octupus.



Superman - O Retorno é um filme saudosista que fala sobre solidão, bondade e superação. Não é um filme para o grande público, é um filme feito por um fâ para os fâs dos verdadeiros ideais do herói, é claro que o roteiro tem suas falhas. (Como toda aquela parte do Hospital que ficou sem sentido e a falta de explicações sobre como ele voltou a terra.) Mas os dois primeiros filmes também tinham e mesmo assim não perdem seu brilho.

O Lado negativo (todos os filmes têm.) como citei acima são algumas falhas de roteiro, como o plano de Luthor que hoje parece meio bobo, mas que ao mesmo tempo faz uma alusão ao primeiro filme, assim como a namorada fútil do mesmo. E o chamado "coma" que o Homem de Aço enfrenta, que ficou extremamente esquisito, o governo dos Estados Unidos nunca deixariam levar o Super-Homem para um hospital comum.



Mas para mim o saldo final foi positivo, Singer mostrou mais uma vez que sabe fazer um filme de heróis sem se render a velhas fórmulas. O maior problema é que o grande público ainda não aceita os bons e velhos heróis. Pode não ser "rentável" como o estúdio esperava (pelo que sei até o momento, ainda não ultrapassou os 200 milhões de dólares que eram esperados.) mas daqui a alguns anos arrisco dizer que vai ser tornar "cult" e ficar imortalizado como um dos mais belos filmes de heróis já feitos.

Quem sabe se o filme fosse feito em 1978 a resposta do público teria sido melhor. Meus amigos me perguntam porque gostei do filme se a maioria não gostou. Enfim, foi fiel ao que se propôs a ser é claro que não se pode agradar a todos.

Mas isso só o tempo dirá.

No meu caso.


Apesar de tudo eu saí do cinema acreditando que um homem pode voar.

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